Controle de temperatura no transporte é uma das principais causas do desperdício no Brasil

A ruptura da cadeia do frio é uma das principais causas de perda de alimentos, fármacos e de flores no Brasil. O retorno do país para o mapa da fome e o reaparecimento de doenças erradicadas ratificam a necessidade de que toda a cadeia produtiva respeite as melhores práticas no transporte para evitar desperdícios.

Os números atualmente evidenciam o alto índice de desperdício no Brasil. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), 26,3 milhões de toneladas são desperdiçados por ano no Brasil, quantidade suficiente para alimentar 16,3 milhões de pessoas. 10% da perda total acontecem durante o transporte. Dados do Instituto Brasileiro de Horticultura (IbraHort) mostram que 55% das hortaliças são perdidas entre o plantio e o pós-colheita. “É preciso refletir sobre esses números e buscar alternativas para evitar o desperdício. Especialmente em relação ao transporte, a grande vilã é o controle de temperatura”, alerta Claudio Biscola, líder de vendas da Thermo King na América do Sul.

Outros mercados que também enfrentam perdas significativas pela falta de planejamento no transporte são o de vacinas e flores. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que 50% das vacinas chegam ao destino deterioradas, em geral devido à falha no controle de temperatura. Já em relação às flores, cerca de 40% das cultivadas se perdem após a colheita, devido às condições inapropriadas de manuseio, conservação e transporte. Os dados são do Centro de Ciências Rurais, da Universidade Federal de Santa Maria.

“Vivemos em um país com abundância de recursos naturais e de alimentos, mas ainda há muita gente que passa fome e sofre com a alta perda de medicamentos. Os cuidados com a manutenção da temperatura são essenciais para garantir que produtos de qualidade cheguem até a população. É necessário sensibilizar os transportadores, embarcadores e todas as pessoas envolvidas na cadeia produtiva de que a atenção no controle de refrigeração é uma prática de responsabilidade com a vida”, afirma Biscola.

De acordo com as diretrizes da cadeia do frio, o transporte de itens que exigem refrigeração deve ser feito por equipamentos capazes de manter a temperatura adequada de cada produto, além de cuidados com a higiene, controle de abertura de portas e todo o trâmite deve ser realizado por pessoas capacitadas em cada uma das etapas.

 

Fonte: CDIcom

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