O futuro da comida e as transformações necessárias

A população mundial está aumentando mais rápido do que a nossa capacidade de produzir alimento suficiente para todos. Como pioneira na busca do potencial infinito dos aminoácidos, a Ajinomoto Co., Inc. (“Ajinomoto Co.”) está pesquisando novas fontes de aminoácidos para lidar com essa crise alimentar. Seguindo o protocolo da Coalizão do Capital Natural, quantificaram o impacto do uso de fontes naturais e comestíveis para manufaturar produtos de aminoácidos em relação aos que usam fontes orgânicas alternativas.

Os alimentos também evoluem!

O modo como os humanos se alimentam mudou muito ao longo da história. Algumas dessas mudanças são óbvias. Por exemplo, mamutes não são mais uma opção para o jantar. Porém, algumas dessas mudanças são bastante surpreendentes. A aveia pode ser um exemplo. Hoje, a aveia é considerada um alimento totalmente padrão, consumido como mingau ou no cereal do café da manhã, e também em lanches, como biscoitos.

Mas, na verdade, durante séculos, a aveia era considerada uma erva daninha. Só em 1755, o dicionário definiu a aveia como “consumida por pessoas na Escócia, mas adequada somente para cavalos na Inglaterra”. (A isso, um espirituoso escocês respondeu: “por isso que a Inglaterra tem cavalos tão bons, e a Escócia, homens tão finos!”)

Ainda hoje, algumas plantas e animais são considerados alimentos em algumas partes do mundo, mas não em outras. E mesmo partes da planta de alimentos comuns, como uvas, são consumidas e apreciadas apenas regionalmente, como as folhas de uva, iguarias tradicionais na Grécia e na Turquia, mas descartadas na maioria dos países.

Crise alimentar atual

A população mundial está rapidamente aumentando para além da disponibilidade de alimentos. De acordo com os números mais recentes, publicados pelas Nações Unidas em 2017, a população mundial totaliza 7,6 bilhões de pessoas, e espera-se que chegue a 9,8 bilhões em 2050.

Para alimentar essa quantidade de pessoas, a produção de comida precisa aumentar 60% em relação aos números de 2005-2007. Infelizmente, a verdade é que a quantidade de terras aráveis disponíveis no mundo se estabilizou, e espera-se realmente que diminua no futuro. As principais razões são a diminuição da qualidade do solo, o abandono das terras cultiváveis e as mudanças climáticas.

Como resultado, várias organizações internacionais, como as Nações Unidas, voltaram sua atenção para a crise de alimentos como uma questão crítica que desafia nosso planeta.

Os alimentos podem evoluir!

A empresa em questão faz esforço para desperdiçar o mínimo possível ao considerar cada coproduto criado em suas fábricas como matéria-prima em potencial para outros produtos. Por exemplo, nosso principal produto, o tempero umami, é feito com aminoácidos fermentados a partir de melaço de cana-de-açúcar, milho e amido de mandioca, e o coproduto desse processo é devolvido diretamente para os campos de plantio como fertilizante, mantendo um biociclo saudável e eliminando o desperdício.

Além disso, estão pesquisando rigorosamente o potencial para gerar aminoácidos a partir de fontes orgânicas alternativas. De certa forma, a lógica para isso é bastante clara. Se, por exemplo, os aminoácidos forem obtidos a partir da mandioca (como é na Tailândia), a mandioca acabará. Mas se pudermos obter aminoácidos de uma fonte orgânica que não seja normalmente consumida, poderemos salvar a mandioca também!

Fontes orgânicas alternativas para aminoácidos são fáceis de achar. Predominantemente, elas fazem parte das plantas que são descartadas, como palha de arroz e bagaço de cana-de-açúcar. A partir de um ponto de vista científico, através dos processos de tecnologia de conversão de biomassa em açúcar e fermentação, não é particularmente difícil obter aminoácidos dessas matérias-primas orgânicas alternativas. Porém, é óbvio que fazer isso em larga escala requer mais pesquisa, análise e avaliação de investimento.

E se…? Avaliação sobre o impacto do uso de fontes orgânicas alternativas

Medir o impacto de uma grande mudança no processo de fabricação, tanto ambiental quanto econômica, é muito desafiador. Isso vai muito além dos custos de maquinaria e do uso de recursos naturais e leva a algumas questões bastante profundas. Por exemplo, qual o valor de um litro de água doce? Bem, a resposta é bem diferente em uma floresta tropical ou no deserto.

Cada área local em que a fabricação ocorre deve ser considerada de forma independente. E os fatores a serem considerados variam desde o clima até as políticas governamentais locais.

A Ajinomoto Co. realizou uma análise abrangente do impacto hipotético causado pela conversão nas nossas operações de fabricação na Tailândia, que mudou do uso de mandioca para o uso de palha de arroz como fonte para a produção de aminoácidos. Os resultados apresentados após análises indicam um impacto substancialmente positivo com o uso de palha de arroz. Particularmente, a questão hídrica na fabricação cairia quase 75%, e a área necessária para matéria-prima diminuiria de mais de 30.000 hectares para zero! Mesmo em termos financeiros, constatou-se que o custo para a empresa e a comunidade local seria substancialmente mais baixo.

O que o futuro reserva?

Não é preciso dizer que uma mudança dessa magnitude não é algo que deve ser feito despreocupadamente. É provável que mais pesquisas adicionais sejam realizadas nessa área pela Ajinomoto Co. e por outras organizações para determinar se e quando as matérias-primas para produtos alimentícios devem ser alteradas. Mas a tendência é real, e os benefícios de realizar uma alteração como essa estão ficando claros.

 

Fonte: Ajinomoto

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