Preço da carne deve aumentar mais nos primeiros meses do ano, revela Capital Research

Casa de análises chama a atenção para a importância de o investidor diversificar as aplicações para não perder dinheiro nesse cenário

A Capital Research divulgou hoje relatório sobre o aumento do preço da carne no Brasil. Segundo o IBGE, o produto inflou em média 8,09% em novembro de 2019 em relação ao mês anterior e alcançou índices ainda maiores em alguns cortes, conforme levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que revela crescimento nos valores do contrafilé e do coxão mole de 50% e 46%, respectivamente, em menos de três meses. Segundo a casa de análises, os preços devem continuar aumentando até janeiro ou fevereiro de 2020, em função da demanda sazonal.

“Esse cenário se instaurou por conta da contaminação de plantéis suínos na China por peste suína, o que obrigou que cerca de 40% dos porcos do país fossem abatidos, pressionando o mercado local a consumir outros tipos de proteína animal e a importar esses produtos”, explica Samuel Torres, analista da Capital Research.

O relatório também aponta o aumento do dólar como outro fator que tornou a exportação ainda mais atrativa para os produtores de carne do Brasil e alerta: “os valores vão cair, mas, para isso, é necessário que o surto da doença seja contido no nosso parceiro asiático e o tamanho do rebanho seja recuperado. O problema é que um boi precisa de pelo menos 18 meses para estar pronto para o abate, enquanto o porco leva cerca de sete meses”, indica Samuel, que calcula que 80% da produção seja recuperada durante 2020.

A casa de análises destaca ainda a relação entre o aumento do preço da carne e os investimentos: “quando a inflação acelera e a rentabilidade das aplicações não aumenta no mesmo ritmo ou acima disso, em termos reais, podemos dizer que há uma diminuição do ganho ou até perda de dinheiro. Assim, é importante que a carteira do investidor contenha ativos que o projetam contra essa dinâmica desfavorável. É o caso, por exemplo, dos títulos indexados à inflação e dos fundos de investimento imobiliário”, esclarece o especialista, que reitera a importância de diversificar a carteira para acompanhar as flutuações de mercado.

Fonte: Edelman

*Nota do editor: existem outros fatores que influenciam esse aumento do preço da carne, como a defasagem no preço que o produtor recebia pelo animal abatido, valor que muitas vezes fazia o produtor “empatar” ao fim do mês. Também, muitos insumos utilizados são commodities ou com preço pautado em dólar. O governo federal anunciou queda do preço na carne. O Ministério da Agricultura divulgou, em dezembro, que a arroba do boi caiu 15% e chegou a R$ 128 no último dia 30, em detrimento a R$ 216 no início do mês. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da USP, o preço da carne bovina vendida dos frigoríficos para o atacado caiu 10,7%, o que mostra tendência ao valor da carne do boi ficar mais barata ao consumidor. Devemos acompanhar o mercado para compreender o cenário e tomar passos de forma estratégica.

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