CEO da empresa de transporte logístico Moove, Guilherme Juliani, cita cinco dos muitos obstáculos enfrentados pelas empresas do setor
Hoje falaremos de um tema que muitas vezes passa despercebido por nós na rotina de produção e manipulação de alimentos. Porém tem tanta importância quanto a manipulação propriamente dita na qualidade do produto final.
Uma mercadoria chega ao seu destino e o responsável finalmente dá o visto, atestando que o produto foi realmente entregue. Poucos sabem, mas para que essa cena aconteça em milhares de estabelecimentos pelo país, uma grande e desafiadora jornada é necessária. Isso porque a logística para transporte de mercadorias no Brasil enfrenta muitos gargalos: são as estradas que dificultam o caminho e aumentam os custos, são as greves trabalhistas que param o País, são os altos custos com combustível, que encarecem muito o serviço.
“Para minimizar os impactos, investimos constantemente no aperfeiçoamento dos equipamentos de roteirização e movimentação de carga, no desenvolvimento do aplicativo de entrega a fim de garantir a identificação de possíveis falhas na operação, além de disponibilizar aos nossos clientes um sistema que ajuda na medição do estoque atual e previsão de demanda. Essas ações amortizam os problemas, mas a resolução definitiva desses problemas demanda a mobilização do poder público”, explica Guilherme Juliani, CEO da Moove.
Confira os cinco principais gargalos logísticos citados pelo executivo:
1. Mobilidade nas capitais
Os problemas de mobilidade das grandes cidades afetam diretamente a logística de transporte de cargas no Brasil. Além do desafio mais óbvio, que é o trânsito, são empecilhos as ruas estreitas que mal cabem um caminhão, a inexistência de área adequada para carga e descarga, além das diferentes regras e restrições de circulação, que por serem tão rigorosas acabam gerando multas para as transportadoras.
2. Custo operacional para acessar cidades no interior
Se, por um lado, as cidades no interior não apresentam os mesmos problemas de mobilidade de uma capital, por outro, elas oferecem seus próprios desafios à logística. Além de terem acessos precários, o que gera um custo operacional maior, essas cidades normalmente têm baixa densidade populacional. Isso quer dizer que o número de entregas nesses municípios é menor e, portanto, gera um custo muito elevado. Em um país com dimensões continentais, poucos aeroportos e péssimas estradas acessar essas cidades se torna um desafio demorado e caro.
3. Transporte aéreo restrito
Transportar uma carga via aérea é uma alternativa às rodovias, muitas operadoras logísticas contam com esse meio de transporte, mas no Brasil ainda são poucas as companhias que têm uma área realmente estruturada para transporte de cargas. Além disso, esse é um serviço custoso e que, muitas vezes, enfrenta a demora de processos de fiscalização e liberação das mercadorias para coleta nos aeroportos. Vale ressaltar ainda a infraestrutura inadequada da maioria dos aeroportos brasileiros.
4. Insegurança jurídica
A existência de regras rigorosas no setor de logística dificulta o trabalho das empresas e traz insegurança jurídica para as operações. Isso porque a legislação exige monitoramento e registro eletrônico de cada deslocamento da mercadoria dentro das empresas. Tal exigência acaba obrigando que os negócios do segmento sejam muito mais do que transportadoras ou armazéns logísticos, mas empresas com expertise em tecnologia da informação, processos e consultorias fiscais.
5. Controle de estoque
A gestão do estoque pode se tornar um grande gargalo logístico se não for feita adequadamente. Situações como pedidos incorretos, informações divergentes e falta de produtos podem gerar atrasos no carregamento e, consequentemente, em toda rota de entregas. É essencial que as empresas tenham processos adequados e eficientes que permitam a fluidez do embarque das mercadorias.
Fonte: Edb Comunicação
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