O pescado é um alimento altamente nutritivo para o ser humano, com inúmeros benefícios quando consumido frequentemente. De acordo com o último relatório bianual da FAO contendo dados estatísticos da Pesca e aquicultura, denominado “The State of World Fisheries and Aquaculture” – SOFIA (FAO, 2020), relatou-se um aumento no consumo de pescado a níveis mundiais nas últimas décadas. O consumo mundial especificamente de peixe aumentou de 9,0 kg (peso vivo equivalente) em 1961 a 20,3 kg per capita/ano em 2017, com uma taxa média de crescimento anual de cerca de 1,5%. Além disso, a expansão do comércio e consumo de produtos pesqueiros foi acompanhada por um desenvolvimento significativo nos padrões de qualidade e segurança alimentar, atributos nutricionais e redução de perdas (FAO, 2020).
Porém, ao avaliar os dados referentes à América Latina, onde o Brasil é inserido nos dados do SOFIA, nota-se que o consumo aparente ainda é baixo, de cerca de 10,5kg per capita/ano, quando comparado aos índices médios mundiais citados anteriormente (FAO, 2020). Pode-se apontar variadas causas deste baixo consumo, como o valor do produto frente a outros produtos de origem animal; a presença de espinhas, que se torna um empecilho cultural principalmente na introdução do alimento às crianças; a qualidade que o mesmo se encontra no ato da compra; entre outros.
É importante frisar que o produto deveria estar no prato dos brasileiros com maior frequência, visto sua importância nutricional para o ser humano. Por isso, é importante a busca por uma cultura mais robusta quanto ao consumo de pescado, sinônimo de saúde e qualidade de vida. Vale ressaltar que o consumo crescente também impacta diretamente na economia do país e especialmente na cadeia produtiva, pois o aumento da demanda estimula maior produção, o que implica na geração de empregos e renda, desenvolvendo as áreas brasileiras da aquicultura e da pesca.
Culturalmente, há dois períodos no ano com expressiva comercialização e consumo do produto no Brasil, por motivos religiosos e tradicionais: a época da Páscoa, geralmente em abril, e as festas de fim de ano, em dezembro. Nos intervalos destas datas, é relatado pelos diversos atores da cadeia uma queda significativa nas vendas.
SEMANA DO PESCADO 2021
Portanto, a campanha “Semana do Pescado” foi criada pelo extinto Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) em 2011 como forma estimular e incentivar o consumo de pescado no Brasil em mais um período no ano, nas duas primeiras semanas de setembro, geralmente em ter os dias 1º e 15 do mês. E desde o fim do MPA, em 2015, a ação é organizada pelo setor produtivo privado, devido ao grande sucesso da Campanha, já observado previamente nas regiões Sul e Norte do Brasil.
Neste ano de 2021, a ideia é nacionalizar a Campanha, que está chegando à sua décima-oitava edição, e ampliar a ação para todo o território brasileiro. Os organizadores do evento, que envolvem o ex-ministro da aquicultura e pesca e presidente do IFC Brasil, Altemir Gregolin, Jéssica Feller Martinez, representante do Sindicato dos Armadores e das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região (Sindipi), Pedro Pereira, da Brascod, Thamires Quinhões, diretora executiva da Associação Brasileira de Fomento ao Pescado (ABRAPES) e Roberto Imai, da Fiesp, descentralizaram a ação, buscando pontos focais em todos os Estados brasileiros com a função de capilarizar a Campanha, impulsionando a promoção ao maior consumo principalmente junto a indústrias, mercados e supermercados, feiras livres e outros pontos de comercialização no atacado e varejo, eventos gastronômicos e outros.
“As reuniões virtuais foram essenciais para nos aproximar da realidade de cada Estado e lograrmos a descentralização das ações. Acredito que demos um passo certeiro no sentido de aproximar a campanha do consumidor, ampliando o alcance da Semana a nível nacional. Seguimos trabalhando juntos para que esta edição entre para a história como a melhor e mais abrangente de todas.”, enfatiza Thamires Quinhões.
No Estado do Rio de Janeiro, a coordenação do evento em 2021 está consolidada em parceira da Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (FIPERJ) com o Sindicato dos Armadores de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (SAPERJ). Ricardo Ganem, diretor-presidente da Fiperj, ressalta a extrema importância do evento para o aumento do consumo do pescado no RJ, visto que o produto possui alta qualidade nutricional e deve estar presente com mais frequência no prato do fluminense. E a Fiperj, com atuação notória na extensão, pesquisa e análise de recursos pesqueiros no Estado, pode contribuir efetivamente para o sucesso da Campanha. “Vamos buscar mobilizar o setor fluminense para participar da Campanha e se beneficiarem com a elevação na comercialização. Com isso, não só a sociedade ganha em qualidade alimentar, bem como o incremento no consumo favorece toda a cadeia produtiva, principalmente em períodos de crise sanitária”, comenta Ricardo.
Edneia Santos, assessora do SAPERJ, comentou que a inclusão de todas as regiões brasileiras e a circulação de informação através das redes sociais é uma grande novidade nesta edição. “É, ao mesmo tempo, uma grande oportunidade de nos conhecer uns aos outros, de ver como somos diferentes, mas que as nossas diferenças são a nossa maior riqueza. Queremos aumentar o consumo de pescado, mas precisamos, ao mesmo tempo, aumentar o potencial da nossa produção. E não podemos falar em produção e consumo sem falar em distribuição. A força e a energia da 18ª Semana do Pescado está focada nesses três pilares: produção, consumo e distribuição.”
Exemplos de sucessos prévios da Campanha no Rio de Janeiro
A Frescatto Company, uma das maiores empresas de pescado do Brasil, com sede no Estado do Rio de Janeiro, apoia a Semana do Pescado desde a sua primeira edição, através das suas duas marcas, Frescatto e Buona Pesca, e do seu canal de vendas direto ao consumidor, a Porto Frescatto.
“Desde a criação da data em 2011, a Semana do Pescado faz parte do nosso calendário de ações. Fazemos ativações com materiais de pontos de vendas, ações e promoções com supermercados parceiros e divulgamos receitas, benefícios do consumo e dicas de preparo nas nossas redes sociais e com influenciadores. A Semana do Pescado representa um dos nossos 3 melhores momentos de vendas no ano”, destaca Thiago De Luca, Diretor Comercial da Frescatto Company, uma das patrocinadoras do evento em 2021.
Outro participante de peso desde o início da Campanha é o Mercado de Peixe São Pedro, um tradicional mercado para comercialização de peixes, crustáceos, moluscos e outros frutos do mar, localizado em Niterói/RJ. “O Mercado de Peixe participa desde a 1ª edição da Campanha, antigamente denominada Semana do Peixe, pois entendemos que a divulgação da qualidade do pescado na alimentação e as diversas formas dele ser consumido são ações necessárias para melhorar a saúde da população e aumenta o consumo de pescado o ano inteiro.”.
Portanto, aproveite os próximos dias 1º a 15 de setembro de 2021 e estimule o consumo de pescado. Acreditamos que essa será a maior Semana de Pescado de todos os tempos. Inclusive, consuma mais pescado no seu dia-a-dia. E não pare por aí. Faça este consumo frequente e habitual na sua vida! Comer pescado é tudo de bom!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FAO. FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION. Fisheries and Aquaculture Department. The State of World Fisheries and Aquaculture (SOFIA). Roma: FAO. 2020. 244p.
Fonte: Portal E-food
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