Segundo pesquisa global, 70% afirmam que produtos saudáveis não devem prejudicar o meio ambiente; No Brasil, consumidor busca diminuir cada vez mais o consumo de açúcar atrelado à busca por perda de peso.
O mercado de alimentos saudáveis já está bem estabelecido, uma vez que os consumidores procuram ativamente produtos que tenham um impacto positivo no seu bem-estar físico. Mas uma maioria significativa tem agora uma visão mais holística: 70% dizem que os produtos saudáveis não devem prejudicar o ambiente, enquanto outros 54% estão dispostos a assumir a responsabilidade pelo planeta e a mudar a sua dieta para contribuir para um mundo melhor.
É o que revela a edição de 2023 do estudo Tetra Pak Index, realizado em parceria com a IPSOS em dez países, incluindo o Brasil. Esses consumidores ambientalmente conscientes são chamados “climatários” e estão dispostos a alterar seus hábitos alimentares para proteger o planeta.
É crescente o número de consumidores que reduzem conscientemente a quantidade de carne que comem, conhecidos como “flexitarianos” – quase metade dos entrevistados afirmam que passaram a reduzir o consumo de carne ou excluíram o ingrediente de sua alimentação. Já 56% citam razões de saúde para adotar uma dieta flexitariana, pescetariana, vegetariana ou vegana, mas mais de um terço (36%) cita especificamente o meio ambiente como o seu principal motivador.
A pesquisa também indica que 70% dos consumidores estão dispostos a sacrificar a conveniência por produtos mais saudáveis. Outro dado que chama atenção nessa frente é que, além da saúde física, as pessoas passaram a relacionar saúde mental à alimentação saudável, principalmente após a pandemia da Covid-19: ¾ dos entrevistados dizem que a saúde mental é tão importante quanto a saúde física e 83% afirmam que consomem produtos que contribuem para sua saúde mental. 70% afirmam que alimentos e bebidas saudáveis fazem com que se sintam melhor e que a redução do consumo de açúcar é um dos primeiros passos para o estabelecimento de uma dieta mais saudável. No Brasil, o controle de peso como principal motivação/foco de saúde é o que leva os consumidores, principalmente as mulheres, a reduzirem a ingestão de açúcar. Reino Unido e Estados Unidos apresentam resultados parecidos com o brasileiro nessa frente.
O potencial de novos alimentos
Inovações alimentares revolucionárias podem desempenhar um forte papel de apoio no fornecimento de produtos que não sejam apenas saborosos, mas também eficientes em termos nutritivos e aproveitamento de insumos. A boa notícia é que os consumidores estão prontos para abraçar inovações que melhorem a forma como vivem e comem, com 62% que acreditam que a tecnologia tem um papel a desempenhar em um futuro mais sustentável. Ao mesmo tempo, alguns consumidores estão preocupados com o fato de tais inovações poderem não ser tão naturais como os alimentos frescos e não processados – pelo que será fundamental encontrar o equilíbrio certo.
Nessa linha, a pesquisa mediu a aceitação do consumidor em relação a uma série de novos conceitos de alimentos. Alimentos sem açúcar representam a maioria das indicações (61%) dos que considerariam experimentar esses produtos no futuro, classificados em ordem de popularidade, enquanto 59% indicaram que experimentaria a próxima geração de ingredientes à base de plantas. Os demais indicadores mostram que o futuro da alimentação trará também a transformação dos hábitos atuais: 46% estão dispostos a experimentar alimentos e bebidas produzidos em laboratório, uma parcela significativa (54%) afirmou que consumiria proteína microbiana e 41% provariam proteína à base de inseto.
“As tendências acima, principalmente relacionadas a proteínas alternativas, são mais fortes na Ásia. No Brasil, o foco está na redução de açúcar e no aumento do consumo de proteínas à base de vegetais e subprodutos, como bebidas proteicas (whey protein) produzidos a partir do soro do leite”, explica Danilo Zorzan, Diretor de Marketing da Tetra Pak Brasil. “Vimos o aumento de lançamentos e de volume nesses segmentos nos últimos anos. No ano móvel até setembro de 2023, a categoria de bebidas lácteas proteicas viu um crescimento acumulado de 66% no volume comercializado em embalagens da Tetra Pak, por exemplo”, afirma o executivo.
Uma tendência crescente
Novos alimentos estão se tornando um dos setores de investimento mais dinâmicos no mundo atual, com a tecnologia trabalhando no desenvolvimento de novas alternativas. A crescente população (necessidade de aumento de produção de alimentos – o mundo necessitará de 60% mais alimentos até 2050, conforme o Tetra Pak Index 2023 revela) e as mudanças climáticas (sistemas alimentares são responsáveis por um terço das emissões de gases de efeito estufa, aponta também o Tetra Pak Index 2023) trazem desafios atuais e futuros para o setor. Os sistemas alimentares atuais são insustentáveis e há muito desperdício, portanto, é preciso otimizar as fontes alimentares, os processos de produção e o processamento de alimentos. Existem iniciativas para o desenvolvimento de processos mais eficientes para a produção de laticínios, produtividade agrícola e melhorias no transporte de alimentos e na redução do desperdício de alimentos.
Adolfo Orive, Presidente e CEO da Tetra Pak, comenta: “As conclusões do Tetra Pak Index deste ano refletem a direção que tomamos nos últimos anos para descarbonizar a indústria de alimentos e tornar os sistemas alimentares mais resilientes e sustentáveis. Em muitas partes do mundo, as pessoas dependem de produtos como leite e sucos para a sua nutrição diária, por isso, é fundamental otimizar a cadeia de valor desses segmentos com inovações para o fornecimento, a embalagem, o processamento e a distribuição, onde temos desempenhado um papel ativo, junto com nossos clientes e fornecedores”.
Sobre o Tetra Pak Index
Estudo global anual sobre comportamento e tendências de consumo de alimentos e bebidas está na 15ª edição. A edição de 2023 foi realizada em parceria com a Ipsos, compreendendo 5.000 entrevistas on-line nos seguintes 10 países: Brasil, África do Sul, Alemanha, China, Coreia do Sul, Espanha, EUA, Índia, Quênia e Reino Unido.
Fonte: Nectar Comunicações
Elena Oliveira <elena.oliveira@nectarc.com.br>
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