O recrutamento do futuro: especialista comenta sobre estratégias de recrutamento para novas gerações

As cadeias produtivas de alimentos buscam avanços e melhorias através do desenvolvimento de inúmeras ferramentas, mas o fator humano sempre será determinante na garantia da segurança alimentar. Assim, é mandatório compreender a complexidade do indivíduo, questões referentes a gestão de pessoas em busca de sustentabilidade do negócio. O texto abaixo traz alguns pontos pertinentes a respeito. 

O mundo é muito diferente do que era há 20 anos atrás e consequentemente, o mundo do trabalho também passou por profundas transformações durante esse período. As gerações que irão compor as organizações no futuro valorizam fatores muito distintos das outras. O que torna a seleção desses profissionais mais difícil de ser feita.

E caso as empresas queiram alcançar esses novos talentos, precisarão adaptar-se a este novo mindset.

O que há de diferente?

As gerações mais novas enxergam o trabalho de maneira diferente. Elas não irão escolher onde irão trabalhar apenas com base na oferta salarial. Os valores importam – e muito. De acordo com pesquisa realizada pela Universidade de Waterloo, 50% dos profissionais da nova geração afirmaram que não aceitariam trabalhar em empresas cujos valores organizacionais não estivessem alinhados com seus valores pessoais.

Ainda de acordo com a universidade canadense, as gerações mais novas desejam sentir-se desafiadas pelo trabalho, valorizam ambientes onde possam fazer amizades e ter boas interações com seus colegas e, principalmente, querem sentir que o seu trabalho causa um impacto positivo na sociedade.

Para o headhunter e fundador da Reachr, Marcelo Braga, os jovens têm sua maneira de pensar e agir e são as empresas que devem se adaptar. “Não adianta achar que eles estão errados. Todos têm o direito de se posicionar como bem entenderem e há a necessidade de respeito a isso”, afirma.

Trata-se de uma geração que deseja ver mudanças efetivas nas organizações, não apenas em seus discursos. “Eles atualmente checam as informações recebidas em sites, redes sociais, amigos e sites como Glassdoor e Reclame Aqui”, afirma Marcelo, que considera a transparência um importante fator para o recrutamento.

Outro ponto distinto das novas gerações de talentos está no tempo de permanência nas empresas. Se antigamente, perseguir o plano de carreira “do estágio à chefia” era o sonho da maioria, hoje a realidade é bem diferente. “As empresas ainda estão estruturadas para ter pessoas trabalhando por longos anos na organização. As novas gerações já não têm esse valor, muitas vezes veem até como pejorativo ficar por muito tempo (mais de 3 anos) em uma única empresa”, diz Marcelo.

Para ele, uma das adaptações que as empresas devem fazer é trabalhar com planos de carreira mais curtos e movimentações internas mais rápidas, para ajudar a reter por mais tempo esses talentos. Além disso, há a necessidade de tornar os processos seletivos mais ágeis. Muitos candidatos abandonam processos por levarem muito tempo até se ter um resultado final, o que se torna também mais um problema ao setor de RH.

Outro ponto que deve ser revisado definitivamente para o futuro do recrutamento é o modo como as empresas observam os processos seletivos. E a tecnologia tem papel fundamental nesse processo de mudança. “Não adianta mais exigir que os talentos se moldem aos processos de seleção. São os processos que devem moldar-se aos talentos. As empresas que se adaptarem e entenderem isso mais rápido são as que irão conseguir atrair e reter esses jovens”, conclui.

 

 Fonte: Reachr

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