China ficará sem comprar carne bovina brasileira enquanto se desenrola o caso do mal da vaca louca (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)
A confirmação oficial feita na noite de quarta de que a doença do mal da vaca louca foi diagnostica no Pará já estava sendo dada como certa desde segunda, tanto que já havia manifestações esperando reação pró-ativa do governo Lula junto à China, principal importador do Brasil.
Ontem pela manhã os frigoríficos já estavam parados e produtores de várias regiões, ouvidos por Money Times, já eram notificados de que as entregas de boi estavam canceladas.
Não havia dúvidas, dado o histórico da situação. O mercado só aguardava para saber se o diagnóstico era da doença “típica”, com risco de transmissão ao rebanho e a humanos, ou a na forma “atípica”.
Deu a segunda, mesmo assim os frigoríficos já frearam as compras porque as exportações para a China são suspensas, automaticamente, assim que o governo torna público, avisa as autoridades chinesas e notifica o caso à Organização Mundial de Saúde Animal (Omas).
O que já se comentava é que o caso do animal de pasto, idoso (daí ser comum a doença “atípica”), em Marabá, foi testado há vários dias como negativo para raiva, quando, então, o protocolo sanitário exige que se faça teste para a encefalopatia espongiforme bovina (EEB).
Nessa situação, dificilmente testaria negativo, portanto, para vaca louca, uma vez que o animal apresentava sintomas parecidos, como dificuldades motoras e distúrbios neurológicos, como disse Mauro Lúcio Costa, produtor paraense que acompanhou o episódio.
O mesmo cenário também foi descrito aqui por Francisco Manzi, diretor-superintendente da Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat).
Os exames agora serão remetidos a um laboratório de referência internacional em Alberta, no Canadá, para se tirar a contraprova, o que deverá determinar a liberação por parte dos chineses desde que se confirme a forma mais branda da EEB.
A Reuters também notificou várias operações suspensas ontem, lembrando que “não havia imediatamente informações sobre quais unidades frigoríficas estavam com operações paradas, em um mercado operado por gigantes como JBS, Marfrig e Minerva. As empresas não se manifestaram de imediato”.
Fonte: MONEYTIMES