COVID-19 causa impactos na alimentação humana

Por: Karina da Silva Azevedo.

Estudante de Medicina Veterinária na Universidade Metodista de São Paulo.

O mundo encara, atualmente, diversas mudanças que englobam seus modelos produtivos e estilo de vida, que influenciam de inúmeras maneiras no desequilíbrio social e de biomas, razão pela qual ocorre predisposição ao surgimento de problemas na saúde pública.

A pandemia do coronavírus gerou uma crise sanitária com efeitos sócio-econômicos que colocou em evidência a habilidade dos nossos modelos de gestão financeira, de saúde pública e pessoal. O termo Segurança Alimentar (ANESP, 2020) abrange o acesso que todo cidadão deve ter à alimentação mínima necessária para sobreviver. Essa acessibilidade aos alimentos está relacionada ao índice financeiro, gerando repercussão negativa, principalmente, na população em situação de pobreza, que foi agravada desde o início da pandemia.

Em 2018, a Agência Brasil realizou uma reportagem onde 80% da população brasileira priorizava por uma alimentação mais saudável, dando preferência a produtos naturais, buscando assim, uma melhora na qualidade de vida. Em contrapartida, ao decorrer da pandemia, esse cenário foi abruptamente alterado, devido ao aumento do consumo de alimentos industrializados, causando um desequilíbrio financeiro, principalmente para pequenos agricultores.

O índice de consumo de alimentos industrializados cresceu durante a pandemia por conta da acessibilidade financeira, facilidade de consumo e maior validade, quando comparada a produtos frescos. Além de que com a escolha desses alimentos as pessoas não precisam sair de casa com tanta frequência, não se expondo ao COVID-19. Por outro lado, os alimentos industrializados possuem alto teor de açucares, óleos, aditivos e farinhas, podendo, em médio prazo, predispor a ocorrência de doenças, como diabetes, obesidade e hipertensão, que podem agravar as complicações causadas pelo Coronavírus.

Um dos segredos do universo é a busca do equilíbrio, compreendendo assim que manter uma alimentação saudável é benéfico para a saúde das pessoas, mas é necessário promover uma ação envolvendo uma grande mudança de conduta, estabelecendo programas de orientação ao consumo de alimentos mais saudáveis e prática de atividades físicas, incentivando e fortalecendo os pequenos agricultores e comerciantes para que consigam manter suas atividades. Além disso, possibilitar estratégias políticas e socais de acessibilidade aos alimentos, facilitando assim o uso de programas sociais de transferência de renda, como o programa nacional de alimentação escolar e auxílio emergencial para esse fim. Resumindo, se faz necessário esse conjunto de ações, sobretudo com finalidade de assegurar a saúde do cidadão, diminuindo o impacto na saúde pública.

Fonte: PIRES, Edleide; MACIEL, Inês. Alimentação em tempos da pandemia do COVID-19. Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRP) – Departamento de Tecnologia Rural e Departamento de Ciências do Consumo. Publicado em 20 de Abril de 2020.

OBS: esse texto é autoral e contou com orientação da equipe de redação do portal