A proposta elaborada pelo GroenLinks — um partido político verde — enfrentou oposição da indústria de carnes e daqueles que alegam que reprime a liberdade de expressão.
A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que a pecuária gera mais de 14% de todos os gases de efeito estufa produzidos pelo homem, incluindo o metano.
“A carne é muito prejudicial ao meio ambiente. Não podemos dizer às pessoas que há uma crise climática e incentivá-las a comprar produtos que fazem parte dela”, disse Ziggy Klazes, vereadora do GroenLinks que redigiu a proposta, ao jornal Trouw.
O governo da cidade de 160 mil habitantes informou que ainda não foi decidido se a carne produzida de forma sustentável será incluída na proibição de anúncios.
A proposta também foi apoiada por parlamentares do partido Christian Democratic Challenge.
“As autoridades estão indo longe demais ao dizer às pessoas o que é melhor para elas”, afirmou um porta-voz da Organização Central do Setor de Carnes.
Já o partido de direita BVNL classificou a medida como uma “violação inaceitável da liberdade empresarial” — e disse que “seria fatal para os suinocultores”.
“Proibir propaganda por motivos de origem política é quase ditatorial”, declarou o vereador Joey Rademaker, do BVNL.
Herman Bröring, professor de direito da Universidade de Groningen, na Holanda, adverte que a proibição pode infringir a liberdade de expressão e levar a ações judiciais por parte dos distribuidores.
Cerca de 95% das pessoas na Holanda comem carne, mas mais da metade não come todos os dias, de acordo com a Statistics Netherlands.
Amsterdã e Haia já proibiram anúncios para as indústrias de aviação e combustíveis fósseis.
A carne bovina produz a maior parte das emissões de gases de efeito estufa, que incluem metano. O cordeiro tem a segunda maior pegada ambiental, mas essas emissões são 50% menores do que a carne bovina.
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