A data é celebrada desde 2011, estabelecida pela Lei nº 12.533, com o objetivo de articular atos, eventos, debates e mobilizações relacionados a medidas de proteção dos ecossistemas brasileiros.
Mas, afinal, o que são as mudanças climáticas?
As mudanças climáticas são alterações no clima, que foram impulsionadas e agravadas com o início da industrialização e das atividades humanas que emitem gases de efeito estufa. São fenômenos globais provocados, direta ou indiretamente, por ações e atividades humanas, que alteram a composição da atmosfera e se somam às variações climáticas naturais, observadas por um longo período de tempo, a fim de se realizar uma comparação (UNFCCC, 2012).
A mudança do clima antropogênica, que é aquela causada pela ação do homem, está diretamente relacionada ao aumento da emissão dos chamados gases de efeito estufa (GEE).
O aquecimento global é o aumento anormal da temperatura média do planeta registrado nos últimos anos. Esse fenômeno está diretamente relacionado às ações antrópicas (atividades humanas).
Muitas pessoas acreditam que as mudanças climáticas significam apenas o aumento na temperatura do planeta. Porém, essa é apenas uma das consequências. As mudanças climáticas globais podem impactar os sistemas humanos e naturais; afetar o meio ambiente, os ecossistemas, a saúde humana, a agricultura, a habitação, a segurança e o trabalho.
As mudanças climáticas podem provocar eventos climáticos extremos, como: ondas de muito calor e muito frio; longos períodos de secas e estiagens; falta de água; chuvas intensas; enchentes; inundações; enxurradas; incêndios gravíssimos; derretimento de geleiras; aumento no nível dos mares e oceanos, comprometendo inúmeras regiões habitadas; vendavais; ciclones; furacões; deslizamentos de terra; perda de biodiversidade; extinção de espécies da fauna e da flora; branqueamento e declínio dos recifes de corais; degradação dos solos; queda da produtividade agrícola e impacto na produção de alimentos, o que compromete a segurança alimentar e nutricional; dentre outras consequências socioambientais catastróficas.
Além disso, as mudanças climáticas podem levar ao surgimento ou retorno de inúmeras doenças; ao agravamento da pobreza extrema, em especial para as populações mais vulneráveis, como pessoas periféricas, negras (especialmente mulheres), comunidades tradicionais indígenas, quilombolas e ribeirinhas; e ao deslocamento forçado de pessoas de suas casas, devido à ocorrência de desastres relacionados ao clima, como inundações e secas, gerando o aumento de desigualdades sociais, raciais, de gênero e renda, injustiças climáticas e uma grave crise humanitária: a dos refugiados climáticos.
Essa mudança do clima tem e terá severos impactos ambientais e socioeconômicos, diretos e indiretos: sobre ecossistemas naturais, sistemas humanos e atividades econômicas. Poderá afetar, por exemplo, os setores da agropecuária, indústria, energia e transportes, por conta de impactos na disponibilidade de recursos naturais necessários para o desenvolvimento dessas atividades.
Para alterar esse cenário, é preciso elaborar e implantar políticas públicas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa; fazer a gestão de riscos e desastres e ações de mitigação e adaptação climática.
A mudança do clima e seus impactos e consequências exigem medidas, estratégias e soluções das sociedades, em níveis regional, nacional e global, que podem ser divididas em dois grupos: mitigação e adaptação.
A mitigação consiste na adoção de medidas para evitar ou reduzir as emissões de gases de efeito estufa, por meio da implementação de políticas e instrumentos, que fomentem a promoção do desenvolvimento sustentável, mudanças nos processos produtivos e no setor energético, com a adoção de tecnologias mais limpas e eficientes, para evitar ou, ao menos, reduzir a emissão de GEE, e, assim, conter o agravamento da mudança do clima.
Já, a adaptação é o processo de ajuste ao clima atual ou esperado, e aos seus efeitos, com o objetivo de evitar ou reduzir os danos ou, ainda, explorar possíveis oportunidades benéficas relacionadas à mudança do clima (IPCC, 2014). As medidas de adaptação pretendem reduzir os riscos associados à mudança do clima em um certo sistema (setor econômico ou de gestão pública, área geográfica, ecossistema, gênero ou grupo social), incluindo diferentes níveis: bairro, cidade, região, país, dentre outros.
É importante salientar que, a adaptação é necessária mesmo que se consiga reduzir as emissões dos gases de efeito estufa, porque essas emissões, que ocorrem há muito tempo, desde a Revolução Industrial (fim do século 18), já alteraram o clima de tal forma, que o aumento da temperatura da Terra não tem como ser evitado e vem batendo recordes a cada ano que passa, e as consequências disso já estão acontecendo no mundo. Ou seja, mesmo que a concentração de gases de efeito estufa, na atmosfera, seja estabilizada, o acúmulo de GEE existentes hoje afetará o comportamento do sistema climático no futuro, provocando o aquecimento da temperatura da Terra e, consequentemente, por exemplo, o derretimento de geleiras e o aumento do nível do mar, pelos próximos anos. Portanto, será necessário implementar medidas de adaptação em escalas regionais, nacional e global, independente dos esforços de medidas de mitigação, considerando que a ocorrência de mudanças no clima, em algum nível, é inevitável.
É fundamental que exista colaboração entre as ações de mitigação e adaptação, para aumentar os benefícios sociais, ambientais e socioeconômicos, diminuir a dependência de carbono e aumentar a resiliência dos sistemas.
A resiliência é a capacidade de um sistema exposto a perigos de resistir, absorver, adaptar-se e recuperar-se dos impactos desses perigos de forma adequada e eficiente. (UNISDR, 2017)
Fonte: SEMIL, Portal da Educação Ambiental
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