Com o retorno do período escolar, o dilema de pais e responsáveis de crianças com nutrição especial voltam também. Em decorrência de alergias alimentares, doença celíaca, diabetes, intolerância à lactose, entre outras, a solução, muitas vezes, é levar o lanche de casa ao invés de comprar na lanchonete da escola.
A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD), entidade que representa a indústria para o segmento de alimentos especiais, analisa que é preciso ter atenção redobrada com essas crianças. “Sem alimentação adequada, o risco de interferência no desenvolvimento da criança cresce, podendo afetar inclusive o processo de aprendizagem”, alerta Kathia F. Schmider, Nutricionista, Especialista em Nutrição em Saúde Pública e Coordenadora Técnica da ABIAD.
Atualmente, o mercado oferece uma variedade de alimentos como pães, biscoitos, bolos e bebidas, sem adição de açúcares, com opções diet, light e sem glúten, que podem fazer parte da alimentação do público infantil com dieta diferenciada. Isso torna a vida da família mais tranquila, pelo fato da praticidade e segurança, além de não abrir mão de levar o lanche de casa, correndo o risco consumir algo que não seja adequado.
O ingresso na escola é um evento muito importante na vida de uma criança, pois é o rumo à independência em relação aos pais e responsáveis. Por isso, não deve ser um momento de medo, mas sim, de acolhimento e inclusão, em um lugar que tenha segurança no que se consome, além da atenção de todos os profissionais da escola, que tem papel relevante neste processo.
Alergias e doenças alimentares mais comuns
Estudos científicos têm demonstrado que 80% a 90% das reações alérgicas por alimentos acontecem por oito alimentos: leite de vaca, ovo, trigo, soja, amendoim, castanhas (nozes, amêndoas, pistache, avelã), peixes e frutos do mar.
A alergia alimentar é definida como uma doença que vem em consequência a uma resposta imunológica inadequada que ocorre após ingestão ou contato com determinados alimentos, de acordo com o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar de 2018 da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). Além disso, estudos têm mostrado que cerca de 50% a 70% dos pacientes com alergia alimentar apresentam histórico familiar de atopia — tendência hereditária a desenvolver manifestações alérgicas.
Alergia à proteína do leite
No caso da alergia à proteína de leite de vaca, o tratamento eficaz é a dieta isenta dos alimentos que possuem proteínas do leite ou seus traços. Um fato importante a esclarecer refere-se a diferença entre intolerância a lactose e alergia à proteína, sendo que na alergia a pessoa reage às proteínas presentes no leite, não podendo tomar qualquer quantidade desse alimento. Já a intolerância à lactose, o problema é o carboidrato presente no leite, sendo tolerada uma pequena quantidade, mas não com frequência. Como alternativa segura e saudável às crianças intolerantes à lactose, existem leites, iogurtes e leites fermentados sem o carboidrato, sendo nutritivos e saborosos como os normais.
Diabetes
O diabetes é outra enfermidade bastante comum em crianças. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o diabetes do tipo 1 atinge entre 5% e 10% do total de pessoas no mundo, e aparece, geralmente, na infância ou na adolescência e é autoimune. “Como opção segura para lancheira, hoje existem vários produtos sem adição de açúcares que podem ser consumidos por crianças diabéticas. Porém, é importante ressaltar que se tenha sempre a orientação de um médico ou nutricionista antes de consumi-los”, ressalta Kathia.
Intolerância ao glúten
A intolerância ao glúten é outra doença que pode acometer este público. Ela consiste na dificuldade de digerir o glúten, que é uma proteína presente no trigo, na aveia, na cevada e no centeio. Pessoas com o problema acabam tendo dor, inchaço abdominal e diarreia. Neste caso a melhor opção na hora de pensar no lanche da escola é ler atentamente o rótulo e restringir os produtos que contém estes ingredientes. Já os que contém farinha de arroz, de milho ou a fécula de batata, podem ser boas opções.
Fonte: LVBA Comunicação / ABIAD .
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