Você já comeu berata ou perna-de-moça? Já comprou no mercado cabrinha? Preparou algum prato com espada ou cioba? Essas são algumas espécies de Peixes Não Convencionais (Penacos), altamente nutritivos, saborosos e abundantes na costa brasileira, mas pouco conhecidos pela população. Para levar informações sobre esses peixes, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Pesca (IP-APTA), realizou uma Roda de Conversa sobre Penacos, no auditório do Museu da Pesca, em Santos, ontem, 04 de setembro.
De acordo com Rúbia Yuri Tomita, pesquisadora do IP, o objetivo da roda de conversa e oficina foi mostrar para os consumidores a variedade de espécies de pescado que existe e estimular o consumo de peixes de alta qualidade e comercializados com preços acessíveis. “Muitas vezes o pescado é visto como um tipo de alimento caro. Algumas espécies, porém, são comercializadas a R$ 5,00 o quilo. O problema é que o consumidor está acostumado a ouvir falar de salmão, atum, bacalhau e linguado, que são peixes comerciais e mais caros”, explica Rubia.
O objetivo da roda de conversa é justamente estabelecer um diálogo entre consumidores, pesquisadores e chefes de cozinha renomados da Baixada Santista sobre essas espécies. Participaram do evento, os pesquisadores do IP, Luiz Miguel Casarini, Rúbia e Érika Fabiane Furlan, além dos chefes de cozinha Michele Uemura, Márcio Okumura, Fábio Leal e Daniel Stucchi. As ações do Instituto de Pesca buscam estimular o consumo por meio do conhecimento dessas espécies.
Rúbia explica que um dos fatores apontados pelo baixo consumo de pescado em algumas regiões brasileiras é o preço dos produtos, por isso, o incentivo a pescados de valores mais baixos, pode ser uma solução interessante.
A média de consumo de pescado no Brasil é de 9 kg por pessoa, patamar alcançado pela média mundial na década de 1960. O consumo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 12 kg por pessoa por ano. “Sabemos que a média brasileira não condiz com todos os estados. O Brasil é um país continental. Na região Norte, o consumo de pescado chega a 30 kg por habitante/ano, enquanto no Sul chega a 1,5 kg por habitante/ano. O país tem muito a crescer nessa área”, afirma a pesquisadora do IP. O pescado é um alimento de alta qualidade nutricional, com elevado teor de proteína, gorduras consideradas boa e ricos em aminoácidos.
Semana do Pescado
A 16ª edição da Semana do Pescado acontece de 1º a 15 de setembro. Além das atividades desenvolvidas por entidades ligadas ao setor, a Semana conta com apoio de grandes redes varejistas.
O evento é organizado pelo Instituto ProPescado e conta com patrocínio de entidades representativas do setor como Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), Associação Brasileira de Fomento ao Pescado (Abrapes) e Alaska Seafood Marketinh Institute. A ação também recebe apoio institucional da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR), Coletivo Nacional da Pesca e Aquicultura (Conepe), da Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura (SAP/Mapa), da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
“A Semana do Pescado vai ao encontro do trabalho desenvolvido pelo Instituto de Pesca, que desenvolve pesquisas científicas em todas as etapas de produção na pesca e aquicultura. Incentivar o consumo integral desses alimentos, sem desperdício, também faz parte do nosso trabalho, por isso, buscamos sempre desenvolver ações durante esta Semana”, afirma Rúbia.
O Instituto de Pesca também realizará a Oficina de Origami “Valorização do Pescado na Alimentação”, no Museu de Pesca do IP, em Santos, com o intuito de chamar atenção de jovens e crianças para o consumo de pescado e formar o “novos consumidores”. As atividades serão realizadas em 14 de setembro, das 15h às 17h, com os visitantes do Museu e escolas.
Fonte: APTA.