Mesmo com números alarmantes, a reciclagem no Brasil ainda é baixa – a maioria das capitais reaproveitam apenas 3% dos resíduos, de acordo com dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Felizmente, tem surgido uma tendência de empresas que se responsabilizam pelo retorno das embalagens pós-consumo ao ciclo de produção, como a inciativa da startup Green Mining que, em parceria com a Ambev, acaba de inaugurar um HUB de coleta em Brasília.
Atuando na logística reversa de forma eficiente por meio de tecnologia inovadora, que permite identificar os locais de maior geração de resíduos pós-consumo, principalmente garrafas de vidros descartadas por bares, a startup busca o melhor equilíbrio para a indústria: coletar grande quantidade de recicláveis, com eficiência de custo, garantindo respeito à mão de obra empregada, capacitando e contratando cooperados ou catadores de rua que já trabalhavam com reciclagem de maneira informal.
Parceira oficial da organização Europeia “Friends of Glass”, a Green Mining tem importante papel na promoção da reciclagem do vidro, um dos materiais que mais demoram para se decompor na natureza. O vidro é 100% reaproveitável, gera economia de recursos naturais e evita um alto gasto de energia e emissão de CO2. “Para nós, é uma satisfação e orgulho muito grande ver que o nosso projeto está em expansão pelo país. Com os HUBs em São Paulo, e agora em Brasília, alcançamos mais de 300 toneladas de vidros reciclados e mais de 50 toneladas de CO2 evitados desde o início da ação”, conta Rodrigo Oliveira, presidente da Green Mining.
A ação é fruto da primeira edição do programa global 100+Accelerator, da cervejaria Ambev, que em 2018 selecionou 21 startups em todos os continentes para resolver questões mundiais urgentes em sustentabilidade pontuadas pela companhia. “O desafio lançado pela Ambev de buscar soluções para problemas da indústria, por meio de startups, para fechar o ciclo da economia circular em embalagens, foi uma ótima oportunidade. Nossa tecnologia permite a rastreabilidade de todas as embalagens coletadas nos centros urbanos com segurança por meio de Blockchain. Coletores, HUBs, transportadores e usinas de reciclagem validam as quantidades uns dos outros, não permitindo que os números de material reciclado sejam criados ou falsificados”, explica Rodrigo. “Como nós realizamos a coleta, podemos não apenas atestar as quantidades, mas também garantir que não foi usada mão de obra infantil ou informal, visto que todos os nossos coletores possuem carteira assinada”.
Com o mapeamento pronto, os coletores uniformizados e empenhados retiram e depositam o conteúdo em grandes caçambas. Quando cheias, estas são levadas direto à fábrica de vidros da própria cervejaria, localizada no Rio de Janeiro, devolvendo o material à cadeia produtiva da empresa. Já são 22 estabelecimentos no Distrito Federal que participam do projeto, entre eles: Associação Atlética Banco de Brasília; Abençoado Bar e Restaurante; Bar Encontro dos Amigos; Bar Skima; Clube dos Servidores do STJ; Fasto e Manuel Restaurante; Gelart Distribuidora; Ilha Cozinha Bar; Nazo Sushi Bar; Pesque Pague Taguatinga; Primeiro Cozinha Bar; Senhor Boteco; Sim Sem Hora; Sítio Geranium; Staleiro Bar e Snooker; Urso Beer; Villa Carioca Steak Grill & Petiscaria. Além disso, a Green Mining coletou 100% do vidro do Projeto Hidden, tradicional evento cultural e gastronômico da capital.
A estimativa da Green Mining é de inaugurar, até o fim de 2019, mais 20 HUBs pelo país.
Fonte: Mla.