A PROTESTE, Associação de Consumidores, divulga os resultados do teste realizado com lotes de 28 marcas de arroz, que tem como objetivo verificar a qualidade do alimento para os consumidores.
O teste foi realizado por laboratório devidamente credenciado junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Seguindo a metodologia prevista na legislação (Instrução Normativa nº 06/2009 do Ministério da Agricultura e normas da Anvisa).
A classificação vegetal do arroz é estabelecida em função dos seus requisitos de identidade e qualidade. A avaliação da qualidade leva em consideração o processo de beneficiamento, ou seja, as dimensões do grão e dos limites de tolerância de defeitos. O limite de tolerância de defeitos é estabelecidos em tipos 1, 2, 3,4 e 5. O arroz do tipo 1 fornexce, portanto, um teor menor de defeitos e consequentemente, mais qualidade comparado às outras tipificações. Nesse teste verificou-se sete lotes com uma qualidade inferior ao que é permitido para a tipificação 1 por conter um teor de defeitos condizentes com arroz branco do tipo 2 ou 3.
De acordo com a legislação, o arroz beneficiado polido tipo 1, popularmente conhecido como arroz branco, pode conter até 7,5% de grãos quebrados. Os lotes avaliados de quatro marcas ultrapassaram esse limite: M&K (8,35%), Patriota (8,32%), Caçarola (8,94%) e Ouro Puro (9,26%). Por conta desse teor elevado de grãos quebrados, esses lotes deveriam ser vendidos como arroz branco tipo 2 (arroz beneficiado polido tipo 2) e não como tipo 1.
O lote do arroz Rei da Panela apresentou quantidade elevada de grãos amarelos (1,05%), que pode ser um sinal de armazenamento inadequado do produto. Sua classificação vegetal real, portanto, deveria ser tipo 3. O limite percentual desse parâmetro para tipo 1 é 0,5%.
Já as marcas Blue Soft e Coradini continham grãos manchados ou picados mais do que o esperado para tipo 1 (2,05% e 2,27%, respectivamente). Essas avarias podem ocorrer no processo de fermentação do grão ou devido a falhas no controle de pragas no campo. Por esse motivo, esses lotes deveriam ser classificados como tipo 2.
Marcas livres de bolores e leveduras
Apesar dos defeitos terem ultrapassado o limite para arroz branco tipo 1, , os lotes das marcas citadas e os outros 21 testados tiveram excelentes resultados nas análises físico-químicas e sensorial.
Todos os lotes se mostraram livres de fungos produtores de micotoxinas (substâncias tóxicas ao organismo humano) e de metais pesados, como arsênio, cádmio e chumbo. A PROTESTE também verificou que os lotes das marcas de arroz contam com uma boa higiene, já que não encontramos micro-organismos (como bactérias que causam infecções) e sujeiras (como fragmentos de insetos e pelos de roedores).
O preparo do alimento também foi analisado. A PROTESTE seguiu a receita padrão informada pelos fabricantes nas embalagens, a qual indica que o tempo de cozimento deve ser, em média, de 12 minutos. Todos os lotes foram cozidos de maneira uniforme e no tempo adequado.
Foi verificado ainda o rendimento que os arrozes tiveram após o cozimento. Todos se saíram bem e tiveram um excelente rendimento (superior a 2.7 vezes, comparado ao tamanho do arroz cru). Por se tratar de um teste comparativo, verificou-se que os lotes das marcas Tio Mingote, Tio Urbano, Palmares, Prato Fino e Carrefour foram os melhores e cresceram três vezes em relação ao volume inicial.
Com o arroz pronto, também foi possível analisar a aparência, o aroma, a textura, o sabor e a cor. Um grupo de pessoas treinadas provou os arrozes (vale lembrar, feitos de acordo com o indicado pelos fabricantes) e deu notas dentro de uma escala com avaliações entre “gostei muito” até “desgostei muito”. Todas as marcas foram bem avaliadas na análise sensorial, mas os lotes de Prato Fino, Tio João, Urbano Premium e Camil foram os que mais agradaram.
Todos são 100% naturais
Na hora da compra, observar a embalagem também é importante. O consumidor não deve se influenciar na escolha do arroz com frases e palavras impressas nas embalagens como: “100% natural”, “Saudável”, “Livre de colesterol”, “Livre de gordura trans” ou “Sódio 0%”. “Essas frases podem fazer o consumidor pensar que certas marcas trazem mais benefícios do que as outras. Todas elas se referem a características inerentes ao arroz”, ressalta Fernanda Taveira. Ou seja: todos eles são naturais, livres de sódio e colesterol, etc. Portanto, não se deixe impressionar.
Outro detalhe na embalagem é que as classificações do arroz branco tipo 1, como categoria (beneficiado), classe (longo fino), tipo (1) e o subgrupo (polido), sendo este último facultativo, devem ser grafadas em caracteres que tenham o mesmo tamanho. Mas não foi isso o que encontramos nos lotes das marcas Brejeiro, Fantástico Premium e Rei da Panela, que traziam no rótulo o termo “tipo 1” em destaque maior do que as outras classificações.
Além disso, os lotes das marcas Blue Soft, Combrasil, Granfino, Fantástico e Patriota informaram na tabela nutricional que contêm cálcio e ferro. Os fabricantes só podem informar se a quantidade fosse igual ou superior a 5% da Ingestão Dietética Recomendada (nível de ingestão diária de um nutriente considerado suficiente para atender às exigências para a saúde das pessoas). E não é o que foi observado.
Os resultados do teste foram enviados à ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária e ao CONAR – Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, solicitando a adoção de medidas de fiscalização.
Fonte: PROTESTE
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Prezados poderiam me informar a relação das 28 marcas analisadas. Não sou do mercado apenas me interessei pela excelente matéria. Obg
Ola Omar,
Segue: https://www.proteste.org.br/alimentacao/arroz
Eu usava de usar o arroz Camil, só que tive que trocar de marca pois, vinha cheio de bigatinhos e me dava nojo. Pedi troca diversas vezez. Não co.pro mais.
Ola teria como saber sobre se ha presença de agrotoxico residual no arroz?
Douglas tecnicamente falando através de análise laboratorial.
Aqui em Vitória-ES, temos as marcas Sepe, Puro Grão, Bela Dica, Dona da Casa, arroz do Padrte, Rainha Brasil e Extremo Sabor, poderiam nos informar a classificação destas marcas?
Bom dia Ana Maria. Essa é uma analise feita pelo Instituto Proteste. É interessante sugerir a eles, acredito que possam ajudar.
Boa tarde!
Poderia fazer uma analise nas marcas comercializadas na capital mineira como: Tiaraju, Prato Rico, Pato Sul, Carrijo, Camal, Sepé, Butui, Tradição, Dadinha e Pioneiro.
Pois essas marcas estão assaltando o povo mineiro, é uma absurdo ser enganado por essas marcas e o poder público não ter nenhum tipo de fiscalização. Todas essas marcas estão vendendo produtos rotulados em tipo 1 em suas embalagens, mas nenhuma delas são realmente tipo 1.
Não podemos permitir que essas empresas continuem a enganar os consumidores.
Peso encarecidamente que nos ajude a combater esse tipo de enganação.
Bom dia Adilson. Essa é uma analise feita pelo Instituto Proteste. É interessante sugerir a eles, acredito que possam ajudar.