JBS e BRF podem ter redução de 45% e 30% no Ebtida com elevação de temperatura global em 2ºC

JBS, BRF e Minerva foram analisadas num cenário de elevação _de 2ºC_ na temperatura global, previsto por cientistas
A lucratividade das empresas será corroída pelo crescente custo climático e pelo avanço dos produtos à base de proteínas alternativas
Ferramenta prevê que segmento de proteínas alternativas vai morder pelo menos 16% do mercado de carne até 2050, com crescimento potencial de 62%

Um novo modelo financeiro vai ajudar os investidores a entender os impactos das mudanças climáticas nas companhias do setor de carnes. A Coller FAIRR Climate Risk Control, ferramenta de risco climático da FAIRR Initiative, oferece um modelo inovador, on-line, para quantificar os riscos e as oportunidades das empresas de proteínas em um cenário de 2°C de aquecimento global.

A FAIRR, rede de investidores institucionais com US$ 20 trilhões sob gestão, desenhou a ferramenta com base nas recomendações da Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (TCFD).
Cinco gigantes de alimentos foram submetidos à ferramenta de análise. O resultado: os prováveis impactos físicos das mudanças climáticas e o rápido crescimento de proteínas alternativas podem levar perdas bilionárias a empresas como Minerva, BRF e JBS.
O modelo identifica sete riscos principais para a lucratividade do setor de carnes no cenário do Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas (IPCC), de temperatura global 2°C mais alta até 2050. Os riscos incluem alta da mortalidade animal devido a estresse térmico, rações mais caras devido ao baixo rendimento das plantações e aumento do custo da eletricidade devido ao preço do carbono.
Prevê ainda que “proteínas alternativas”, como hambúrgueres à base de plantas, abocanharão pelo menos 16% do mercado atual de carne, elevando a fatia para 62% com base em fatores como taxas de adoção de tecnologia, tendências do consumidor e um imposto sobre o carbono na carne.

Empresas com alta exposição à carne bovina, como a gigante brasileira JBS, enfrentam riscos sem uma estratégia clara de adaptação climática. É provável que o setor geral de carne bovina seja atingido com força _ uma perda de participação de mercado devido ao aumento da temperatura, resultando em mortalidade de gado e produtividade reduzida, além de maior exposição a novos impostos sobre os segmentos que mais consomem carbono.
Substituir “espécies com menor consumo de carbono”, como aves, é uma opção, mas existem contrapartidas, incluindo custos mais altos de eletricidade e energia (a produção de aves requer mais energia que a de carne bovina) e os custos voláteis de alimentação.

A Coller FAIRR Climate Risk Control identifica três caminhos que podem ser adotados pelas empresas. Esta escolha definirá a extensão de sua oportunidade positiva ou risco negativo:

Caminho regressivo ao clima: a empresa mantém a posição de mercado em 2020, sem participação de mercado em proteínas alternativas e com participação de mercado acima da média de espécies intensivas em carbono, como carne bovina, em 2050.

Caminho neutro de mercado: a empresa se desenvolve no mesmo ritmo da média do mercado e aumenta a participação de proteínas (convencionais e alternativas) em linha com a média do mercado em 2050.

Caminho progressivo climático: A empresa possui uma participação de mercado mais alta do que a média de proteínas alternativas e muda a mistura de ração e gado para culturas e espécies menos influenciadas pelo clima em 2050.

Fonte: igarapemidia

The following two tabs change content below.
A Revista Higiene Alimentar é uma publicação técnico-científica com mais de 30 anos de existência. Publicada desde 1982, agora somos uma plataforma 100% digital.

Últimas postagens deRevista Higiene Alimentar (veja todos)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *