O mundo vive um momento de reflexão sobre seus processos produtivos claramente insustentáveis, dentre eles a produção de alimentos, ficando latente a necessidade de mudança nos sistemas de produção. Dentre os pontos chave para a busca da evolução da cadeia produtiva de alimentos está fazer com que chegue alimentos em quantidade suficiente a todos com preço acessível, que atenda aos valores de cada consumidor e seja sustentável no amplo sentido da palavra.
Por outro lado, é mandatório nos mantermos antenados às pressões e modismos de mercado, agirmos de forma ponderada e sensata para que não se atenda a uma demanda de mercado desequilibrando outras cadeias, fazendo com que o efeito rebote seja mais pernicioso que o “problema apontado”.
De fato, há espaço, demanda e necessidade por alimentos de toda e qualquer tipo de alimento, assim como urge por profissionais bem capacitados e aptos a conduzir as mudanças de forma construtiva, harmônica e equilibrada. Nessa reportagem que compartilhamos hoje vemos um processo mais estruturado de produção de carne in vitro. Leia mais.
A Future Meat Technologies inaugurou, na semana passada, a primeira instalação industrial para produção de carne cultivada, também chamada “carne de laboratório“, do mundo.
Com a capacidade de produzir 500 quilos de produtos cultivados por dia, o equivalente a 5.000 hambúrgueres, a unidade fica em Israel e torna a produção de carne laboratório em escala uma realidade.
Assim, a agtech israelense consolida uma visão de agricultura “sustentável e econômica” para atender às demandas de proteína das gerações futuras. Fundada em 2018, a startup está localizada em Rehovot, Israel.
“A inauguração marca um grande passo no caminho da Future Meat Technologies para o mercado, servindo como um passo estratégico para levar nossos produtos às prateleiras até 2022. Ter uma linha industrial em funcionamento acelera processos-chave, como regulamentação e desenvolvimento de produtos”, disse Rom Kshuk, CEO da Future Meat Technologies, em nota à imprensa divulgada na semana passada.
Atualmente, a fábrica pode produzir carne de frango, suíno e cordeiro a partir de células, sem o uso de animais ou modificação genética (não OGM). O próximo passo será a produção de carne bovina em breve.
Segundo a empresa, a plataforma da Future Meat Technologies permite ciclos de produção rápidos, cerca de 20 vezes mais ágeis do que a produção animal tradicional. A tecnologia é baseada no trabalho premiado do Prof. Yaakov Nahmias da Universidade Hebraica de Jerusalém, que integra a empresa.
“Depois de demonstrar que a carne cultivada pode atingir a paridade de custo mais rápido do que o mercado esperava, esta unidade de produção é uma verdadeira virada de jogo”, disse o Prof. Yaakov Nahmias, fundador e diretor científico da Future Meat Technologies.
Segundo ele, a instalação demonstra que a tecnologia própria para rejuvenescimento dos tecidos em substratos permite uma produção 10 vezes maior do que o padrão industrial atual para carnes cultivadas.
“Nosso objetivo é tornar a carne cultivada acessível a todos, garantindo a produção de alimentos deliciosos, saudáveis e sustentáveis para o futuro das próximas gerações”, disse.
A instalação também reforça todos os esforços da Future Meat Technologies para criar um futuro mais sustentável. Segundo a empresa, o processo de produção gera 80% menos emissões de gases do efeito estufa e usa 99% menos terra e 96% menos água doce do que a produção de carne tradicional.
A Future Meat Technologies pretende chegar às prateleiras nos Estados Unidos em 2022 e está atualmente em processo de aprovação de sua unidade de produção com agências reguladoras naquele país. A empresa mira vários locais nos Estados Unidos para a expansão projetada.
A Future Meat Technologies é uma empresa de tecnologia de alimentos que desenvolve uma plataforma de distribuição para a produção econômica e livre de OGM de carne diretamente de células animais, sem a necessidade de criar ou abater animais. (com informações da assessoria de imprensa).
Fonte: Agevolution – Canal Rural