A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) informou, quarta-feira (24), que será editado nos próximos dias o decreto que vai aumentar a assistência dada aos pequenos produtores para que eles tenham mais conhecimento ao aplicar os defensivos agrícolas nas lavouras. De acordo com a ministra, com o decreto o agricultor vai poder cuidar melhor de sua saúde pessoal e a da família, já que eles são as pessoas mais expostas no momento de aplicação dos defensivos.
“O pequeno produtor sabe que o produto é tóxico, mas às vezes não se cuida. É isso que a gente precisa resolver. Ele sabe que é tóxico, mas não se cuida na maneira de se proteger pessoalmente”, disse a ministra, em entrevista à Rádio CBN Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, onde ela está de licença esta semana.
A ministra criticou a campanha de desinformação sobre os defensivos agrícolas no país, e disse que o consumidor brasileiro tem a absoluta segurança de que está se alimentando com produtos saudáveis e sem contaminação. “A pior praga que existe nisso é a desinformação”, afirmou Tereza Cristina.
Ela contestou, por exemplo, informação divulgada na imprensa ontem (terça-feira) de que o projeto de lei sobre defensivos agrícolas, em tramitação na Câmara dos Deputados, tira da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) o papel de fiscalizar e autorizar os agrotóxicos que serão comercializados no Brasil, deixando a tarefa a cargo exclusivamente do Ministério da Agricultura. A ministra disse que, na verdade, o processo continua sendo conjunto e envolvendo os três órgãos do governo, a única diferença é que a análise poderá ser feita simultaneamente. Atualmente, um órgão analisa o produto e depois fica esperando durante anos o outro fazer o mesmo. A ideia é acelerar este processo.
“A segurança alimentar não pode mudar. Imagina se nós diminuirmos a segurança, o que vamos explicar para o nosso comprador lá fora? O Brasil quer deixar de vender? Ao contrário, temos um esforço enorme para abertura de novos mercados. Isso faz parte de todo um conjunto de medidas para dar segurança ao comprador de nossos produtos. Existe muita radicalização, existe muita desinformação”, criticou a ministra.
Tereza Cristina disse também que, a partir de 2017, o uso de defensivos no Brasil não aumentou, mesmo com o crescimento do número de produtos aprovados para uso comercial, a maior parte deles genéricos. “Não é verdade que o Brasil usa mais agrotóxicos do que o resto do mundo. Existe muita manipulação de dados, isso é uma maneira de aterrorizar a sociedade inconsequentemente. O consumidor, que não conhece, acaba achando que está consumindo produtos inadequados. É terrorismo o que estão fazendo com a sociedade internamente, e isso é muito ruim”, disse Tereza Cristina.
Segundo ela, se os alimentos brasileiros tivessem mais resíduos de defensivos agrícolas do que o aceito internacionalmente, o país não estaria exportando para mais de 160 países. “O Brasil assusta a concorrência com o tamanho de suas exportações agropecuárias. Nossos concorrentes agradecem esta campanha que vem sendo feita de forma irresponsável”, lamentou ela.
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Últimas postagens deRevista Higiene Alimentar (veja todos)
- EFICIÊNCIA DO LACTATO DE SÓDIO NA CONSERVAÇÃO DE LINGUIÇA SUÍNA COZIDA E DEFUMADA - 22 de novembro de 2024
- PROTEÍNAS SUSTENTÁVEIS DAS ALGAS MARINHAS PODERÃO ESTAR NO SEU PRATO - 19 de novembro de 2024
- TESTAGEM RÁPIDA DO VERMELHO-CONGO PARA PRESUMIR ADESÃO DE PSEUDOMONADAS APÓS EXPOSIÇÃO À IRRADIAÇÃO DE LED AZUL (460 NM) - 14 de novembro de 2024