Esta semana a população mundial atingiu os 8 bilhões de habitantes, resultado de avanços científicos e melhorias em nutrição, saúde pública e saneamento, como ressaltou o secretário-geral da ONU, António Guterres.
No entanto, parcela considerável dessa população ainda não tem acesso a água, a alimentos em quantidade suficiente, sofrem com eventos climáticos, guerras entre outros problemas que assolam a população neste século, para os quais é necessário e urgente buscar soluções.
A fim de conciliar a demanda por alimentos e as condições climáticas sustentáveis, o sistema alimentar precisa se tornar mais eficiente, mas antes de buscar maior produtividade é fundamental que ações sejam tomadas para redução das perdas, as quais correspondem a um terço do volume de alimentos produzidos. Dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), apontam que essas perdas totalizam 1,3 bilhão de toneladas de alimentos a cada ano.
Essas perdas ocorrem em todas as etapas de produção dos alimentos, iniciando no campo e seguindo no transporte, processamento, comércio e até onde os alimentos são preparados, seja nas residências, restaurantes ou cozinhas industriais, muitas vezes ocorrendo quando poderiam ser evitadas.
Segundo a FAO, as perdas são causadas principalmente pela ineficiência nas cadeias de abastecimento, em função de falhas na infraestrutura, logística e gestão, além de desastres naturais, portanto, não são intencionais. Soma-se a estas o desperdício, compreendido como rejeito de alimentos, o qual é consequência do excesso da oferta em um determinado mercado consumidor ou por hábitos de consumo, o que pode ocasionar perdas por deterioração ou expiração do prazo de validade. Desperdício, portanto, compreende perdas, mas trata-se do descarte intencional dos alimentos.
Seja por perdas ou desperdício, o fato é que a produção de alimentos não está sendo totalmente utilizada, com o agravante de já ter consumido recursos naturais, muitas vezes com impactos ambientais que dificultarão a própria produção de alimentos no futuro. É fundamental, portanto, buscar alternativas para minimizar e evitar as perdas de alimentos.
No Brasil, um dos maiores produtores de alimentos do mundo, são desperdiçados anualmente 27 milhões de toneladas de alimentos, juntamente com os recursos utilizados para a sua produção (desde água, terra, energia, trabalho e, também, o capital investido). Muitas ações já vêm sendo desenvolvidos por empresas públicas e privadas, no entanto, ainda é pouco se comparado com o volume das perdas e os impactos negativos das mesmas sobre todo o planeta.
Cada ação, entretanto, pode ser multiplicada e tornar-se uma forma efetiva de combate a esse mal que nos assola. A divulgação e demonstração de sua eficácia para reduzir e evitar as perdas precisa ser divulgada e conhecida. Oferecemos aqui um espaço para nossos leitores e colaboradores apresentarem ações contra as perdas e desperdício de alimentos. Deixe aqui seu comentário ou envie sua contribuição para redacao@higienealimentar.com.br