FAO/Sofia 2022: produção global da aquicultura cresce e capturas caem

Estudo compila estatísticas globais que apontam para estabilidade na produção de alimentos aquáticos e aumento de consumo

A produção global de pescado oriundo da aquicultura e pesca em todo o mundo alcançou a estabilidade em 2020, segundo os dados do mais recente State of The World Fisheries and Aquaculture (SOFIA 2022), relatório estatístico lançado globalmente pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO/ONU) nesta quarta-feira (29/06).
 
A edição faz um chamamento à “Transformação Azul” para realçar o crescente papel da pesca e aquicultura no fornecimento de alimentos, nutrição e emprego. “O conceito reflete a aceleração necessária para atingir um setor sustentável, inclusivo e eficiente capaz de atender às expectativas, a necessidade urgente de integrar alimentos aquáticos colhidos de forma sustentável em políticas e programas do sistema alimentar, e oportunidades de contribuir para a restauração habitats e biodiversidade”, diz o texto.
 
Resultado estável
Em 2020, ano dos dados consolidados pelo estudo, a pesca e a produção aquícola atingiram um recorde histórico de 214 milhões de toneladas. O resultado representou um aumento marginal de 3% no volume sobre o estudo anterior, que consolidou dados de 2018: 178 milhões de toneladas foram de animais aquáticos e 36 milhões foram de algas. 
 
 
O crescimento limitado se deveu principalmente à queda de 4,4% nas capturas, especialmente em razão da diminuição dos volumes de peixes pelágicos, como a anchoveta peruana, além de uma redução na atividade chinesa e os impactos globais da Covid-19. Já a aquicultura cresceu 5,7% na soma do cultivo de algas e animais aquáticos, alcançando um volume de 122,6 milhões de toneladas em todo o mundo – resultado também contido pelos reflexos da pandemia global.
 
 
 
Produção supera crescimento populacional
 
A produção animais aquáticos em 2020 foi mais de 60% maior do que a média na década de 1990, consideravelmente superando o crescimento da população mundial, em grande parte devido ao aumento da produção aquícola. “Estamos comendo mais alimentos aquáticos do que nunca – cerca de 20,2 kg per capita em 2020 – mais que o dobro de nossa taxa de consumo há 50 anos”, escreveu o diretor geral da ONU, Qu Dongyu, na introdução do SOFIA 2022.
 
O estudo revela ainda que os alimentos aquáticos fornecem cerca de 17% de proteína animal no mundo, mas representam mais de 50% em vários países da Ásia e África. O setor emprega cerca de 58,5 milhões de pessoas em produção primária, das quais aproximadamente 21% são mulheres.
 
 
Crédito da foto: FAO/ONU/SOFIA 2022
 
Fonte: Seafood Brasil 
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