Potencial exportador da indústria de alimentos e bebidas pós pandemia é tema de abertura de rodada de negócios

Começou nesta segunda-feira (22), a primeira edição online do Business Connection Brazil: food & beverage, promovido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em parceria com o Sebrae, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Apex-Brasil. As instituições brasileiras organizadoras fazem parte do Plano Nacional da Cultura Exportadora (PNCE), conduzido pelo Ministério da Economia. O evento vai promover, até o próxima sexta-feira (26), rodadas virtuais de negócios para aproximar micro e pequenas empresa do segmento de alimentos e bebidas de compradores internacionais. Ao todo, mais de 350 MPE se inscreveram para participar das rodadas com representantes comerciais de países da América Latina, além de Estados Unidos, Índia, Emirados Árabes, China e Canadá.

Para a abertura das rodadas virtuais de negócios internacionais foi realizada a live “A indústria de alimentos e bebidas no mundo pós coronavírus” com a presença do representante do BID no Brasil, Morgan Doyle. Ele destacou que a crise tem representado uma demanda crescente pelos alimentos da América Latina e Caribe e que especialmente no Brasil, os estados que são exportadores de alimentos têm sido os mais resilientes aos impactos econômicos. “A produção de alimentos no Brasil continua crescendo e as exportações do setor aumentaram nos primeiros meses do ano, indo em direção contrária do mundo afetado pela pandemia. De fato, foi o único setor que cresceu, se comparado ao ano anterior”, destacou. Segundo ele, os produtos brasileiros são reconhecidos pela qualidade e alto valor agregado e o país continua pronto para atender a demanda do mercado internacional. Durante a live, o gerente de Integração e Comércio do banco, Fabrizio Opertti, apresentou o cenário internacional para o consumo de alimentos e bebidas, principalmente nas Américas. Ele destacou as oportunidades de negócios que existem no mercado intrarregional, com destaque para as demandas por produtos que possuem benefícios imunológicos para a saúde.

De acordo com presidente do Sebrae, Carlos Melles, o potencial agrícola brasileiro é um grande diferencial no enfrentamento da pandemia. “Hoje nós vemos o valor da agricultura e a tranquilidade que o Brasil passa pela pandemia em relação à segurança alimentar e abastecimento. Nós não tivemos que nos preocupar com isso e continuamos abastecendo o restante do mundo”, afirmou. Sobre a presença das micro e pequenas empresas no mercado internacional, Melles considera que as MPE têm muito oferecer ao mercado externo, diante desse enorme potencial do setor.

Na abertura do evento, o presidente da Apex-Brasil, Sérgio Segóvia, destacou que os empresários do setor de alimentos e bebidas devem considerar as mudanças estruturais no consumo para melhor posicionar o produto brasileiro no mercado externo. “O ideal é que possamos calibrar a nossa ampla oferta e nada melhor do que o contato direto com compradores internacionais para se obter o termômetro da situação atual e fazer projeções para o médio prazo”, explicou. Para o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, o momento atual requer foco e coordenação de esforços do governo e do setor privado para superar a crise e a retomada do desenvolvimento de forma segura e sustentável. “O mercado exterior será seguramente uma saída estratégica para acelerar a retomada das empresas. Precisamos dar suporte que elas encontrem novas oportunidades de exportação”, declarou.

O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Orlando Ribeiro, fez um alerta aos empresários interessados em buscar negócios no exterior. Segundo ele, o setor de alimentos e bebidas deve enfrentar uma postura mais protecionista do mercado internacional. “Quem exporta também deve ficar atento às alterações de percepções dos países estrangeiros que poderão implicar em maior rigor quanto aos padrões técnicos, sanitários, inclusive com exigências de regulação, certificação, rastreabilidade, rotulagem, embalagens, que são requisitos muito cobrados para quem já está habituado a exportar”, afirmou.

A subsecretária de facilitação de comércio exterior e internacionalização do Ministério da Economia, Glenda Lustosa, aproveitou o encontro virtual para ressaltar a importância do desenvolvimento de uma cultura exportadora junto ao empresariado brasileiro, com apoio e esforço conjunto das instituições parceiras que fazem do Plano Nacional da Cultura Exportadora (PNCE). “Sabemos que infelizmente a participação das empresas brasileiras no mercado externo é relativamente baixa, principalmente entre as MPE. Denominamos cultura exportadora esse despertar para as oportunidades oferecidas pelo mercado internacional, os conhecimentos e competências que elas devem adquirir e o esforço que devem realizar para entrar nesse mercado de forma sustentável e perene”, destacou.

Fonte: Assessoria de Imprensa Sebrae

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