A tecnologia é hoje a força inovadora na cadeia de produção de alimentos agrícolas, em todos os setores da indústria, da produção ao prato do consumidor em todo mundo. No ano passado, os níveis de financiamento da tecnologia agroalimentar atingiram um recorde de US$ 16,9 bilhões, em comparação à cifra de US$ 10,1 bilhões do ano de 2017. “Interessante notar que houve aumento de US$ 3 bilhões em investimentos nos setores de varejo, serviços da indústria alimentícia e e-commerce em comparação ao valor investido no lado produtivo da cadeia de suprimentos”, observou Burns.
Com esses números, a PMA (Produce Marketing Association), entidade que representa a indústria de hortifrutis, iniciou o PMA Fresh Connections, o evento anual realizado em 21 de agosto que reuniu mais de 870 produtores e profissionais do varejo de FLV e fornecedores, nesse que é o terceiro evento do setor no mundo.
Cathy Burns, CEO do PMA, mostrou em números qual o cenário mundial, a tendência de consumo e as possíveis estratégias para melhorar a comunicação de saudabilidade com o consumidor. “Os pilares da nossa indústria são: disrupção, segurança alimentar, talentos e as demandas do consumidor, como sustentabilidade e comércio digital. Temos que zelar pela segurança dos nossos produtos, ter 100% de comprometimento para não destruir o elo de confiança com o consumidor. Hoje, temos uma imensa oportunidade de aumentar o consumo com os produtos à base de plantas, como o hamburguer de legumes e vegetais, atender consumidores de orgânicos, vegetarianos, veganos ou que tenham qualquer tipo de restrição alimentar e encontra nos hortifrutis sua fonte de saúde e nutrição. Se 3% da população mundial é vegana, no Brasil, são declarados 30 milhões de vegetarianos e 7 milhões de veganos. Os demais querem saúde e precisam inserir hortifrutis nas refeições do dia. Se as pesquisas mostram que o consumidor quer praticidade, que tal fazer uma fruta cortada para o lanche?”, provoca a CEO da PMA.
Na pesquisa “Estímulos e barreiras para o consumo de hortifrutis – um estudo com base em ocasiões”, divulgada no PMA Fresh Connections, mostrou que as frutas são consumidas em todas as refeições, principalmente como suco; já verduras e legumes são usados como acompanhamento de carnes no almoço e jantar. As pessoas só não consomem mais por falta de tempo de descascar e higienizar os hortifrutis. Por isso, a indicação é ofertar ao consumidor porções em embalagens mais adequadas, fácil de consumir a qualquer hora e com apelo de saúde. Essa estratégia vai fazer toda a diferença.
Uma ação que merece atenção é o comércio eletrônico, afinal o mundo é digital – pesquisas mostram que 35% dos consumidores farão suas compras pela web até 2022. “A comida é moeda de troca na internet. Diariamente são postados 343 milhões de imagens de comida com #food. Use as redes sociais para mostrar os hortifrutis de maneira atrativa e criar o desejo de consumir aquele prato bonito e saudável”, incentiva Cathy Burns.
A demanda de consumidores preocupados com a própria saúde e com a do planeta, em especial os millenials e os da geração X, tomam decisões de compra levando em conta a sustentabilidade, contenção de resíduos, justiça trabalhista e boas práticas com o meio ambiente. Esses mesmos consumidores estão dispostos a gastar mais para satisfazer suas escolhas. Por isso, devemos explorar mais as redes sociais e mostrar nossa história – da semente ao varejo”, incentiva Burns.
E no PMA Fresh Connections ficou provado que o varejo de produtos frescos está no radar dos fundos de investimento. Um debate com os fundos Crescera, Actis e Partners Group mostrou aos produtores, distribuidores, varejistas e fornecedores da indústria de hortifruti que existem muitas oportunidades de crescimento porque a espiral de consumidores saudáveis se mantém em alta.
O conselho dos investidores é investir em comunicação para melhorar a relação com o consumidor final, agregando valor à marca e resolvendo a demanda dos consumidores conscientes.
O PMA Fresh Connections 2019 foi um sucesso, contou com exposição de de 62 empresas | 70 marcas e um networking com profissionais do Brasil e exterior da indústria de hortifruti. Como o Brasil inova em agritechs, a comitiva da PMA, que veio dos Estados Unidos, também aproveitará para visitar startups de agronegócio em Piracicaba.
O próximo PMA Fresh Connections será em 26 de agosto de 2020.
Sobre PMA – Produce Marketing Association é uma associação de produtos agrícolas frescos e flores, fundada em 1949 nos Estados Unidos, com a missão de conectar os interesses das cadeias produtivas de frutas, flores, legumes e verduras. A entidade conta com 2.8a00 empresas associadas, 46.000 compradores e fornecedores, em 55 países de cinco continentes. No Brasil, a entidade conta com 77 associados (produtores, distribuidores e varejistas).
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