Por Francisco Assis
O setor de Food Service corresponde a 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, com um faturamento de R$ 176 Bilhões de reais ao ano (dados do Sebrae).
Os pequenos negócios/empreendimentos como restaurantes, pizzarias, bares, etc, fazem a composição da maior parte. É comum observar o setor da alimentação fora do lar apenas pelos restaurantes e estabelecimentos que fazem o atendimento final ao consumidor.
Contudo, o segmento é composto por uma longa cadeia, que se inicia no produtor e vai até à “boca” do cliente final, como se observa:
1. Produtores: responsáveis pela produção de insumos de base como hortaliças, carne e outras matérias primas, que podem ser distribuídas à indústria ou diretamente aos operadores;
2. Indústria alimentícia: responsável pela cadeia de produção, abastecimento e atendimento aos operadores (restaurantes, bares e lanchonetes) e outros canais do Food Service;
3. Indústria de equipamentos: responsáveis pela produção de equipamentos à indústria alimentícia, distribuidores, operadores, etc;
4. Operadores logísticos: responsáveis pela distribuição e armazenamento de insumos para o Food Service;
5. Prestadores de serviço: se enquadram na categoria serviços de catering (eventos), limpeza, delivery, entre outros;
6. Cash & Carry: se refere a negócios que oferecem produtos tanto para operadores quanto ao consumidor final como hipermercados, conhecidos como atacados.
7. Operadores de meio de pagamento: responsáveis por operações financeiras exclusivas no setor de Food Service (Sodexo, Ticket, etc);
8. Operadores de rede: são bares, restaurantes, lanchonetes, ou seja, negócios que atuam na produção e venda do produto final para o cliente consumir fora de casa.
A pandemia acelerou processos e trouxe diversas mudanças no modo como administramos os negócios e, muito importante olhar este momento presente pensando no futuro da empresa e como podemos fazer para não cometer erros que podem levar ao fim do negócio.
Agora, é hora de olhar mais para dentro do negócio e ser mais eficiente em custos, atendimento, produto, faturamento, lucratividade e assim, ter uma capacidade maior de competitividade.
No geral, mudanças vem acompanhadas de resistência, o desconhecido, algo novo que de fato, não sabemos dos riscos, mas podemos definir estratégias e planejamento para o negócio, atravessar momentos de turbulência e antecipar cenários.
A gestão financeira é a parte que cuida da administração de todos os recursos econômicos, dando base para análises, estratégias e tomadas de decisões relacionadas ao capital do negócio. Seu objetivo é potencializar os ganhos do estabelecimento, proporcionando longevidade e crescimento. Uma boa gestão financeira é aquela que implementa controles de gastos, identifica onde estão as maiores despesas e encontra oportunidades de investimentos capazes de trazer retorno positivo.
Vou listar aqui 5 pontos importantes para se olhar de perto, são eles:
1. Eficiência na Cozinha: Sua operação e seus controles internos de gestão, precisam ser capazes de fornecer subsídios para que a cozinha possa ter agilidade e eficiência no tempo de preparo dos produtos, seguir a ficha técnica, controlar o desperdício e neste ponto, conseguir medir e lançar esse desperdício em sistema.
2. Identifique Custos: Para controlar e reduzir os custos, antes é preciso conhecê-los. Por isso, o gestor deve saber apontar todas as despesas fixas e variáveis do seu estabelecimento. Os custos fixos são aqueles gastos com os quais o negócio arca mensalmente para manter sua operação — tais como folha de pagamento dos funcionários, aluguel do espaço e uma média das contas básicas de água, luz, etc. Já os variáveis são todas as despesas que oscilam, como a compra de alimentos. Esses custos têm a característica de variar de acordo com a demanda do negócio. Eles podem ser gerenciados ou racionados. Somente ao conhecer esses pontos e saber identificá-los você se torna apto a encontrar maneiras de reduzir os gastos e aumentar seu faturamento.
3. Gerencie o Estoque: Você já deve saber que ter muitos produtos em estoque significa “dinheiro parado” e, como consequência, fluxo de caixa retido. Além disso, no mundo dos restaurantes, vários alimentos são perecíveis, o que exige cuidados especiais com o armazenamento e um monitoramento ainda mais detalhado. Também é importante realizar um controle de estoque de acordo com a data de validade dos produtos, sempre que novos itens forem estocados. Lembre-se de que a falta de um gerenciamento de estoque de qualidade pode levar a perdas significativas e resultar em prejuízos diretos no bolso da empresa.
4. Planejamento Financeiro e Gestão do Negócio: Um planejamento financeiro bem-elaborado pode ser o responsável por boa parte do sucesso do seu negócio. É ele quem define os objetivos que servirão de norte para todas as decisões, gastos e investimentos do seu restaurante. De modo geral, todo bom planejamento estabelece metas factíveis e prazos para que elas sejam cumpridas, de forma que os planos operacionais sejam gerenciados em alinhamento com as estratégias traçadas. Alguns pilares podem ser observados como pontos de atenção para esse planejamento e gestão:
• Controle do fluxo de caixa – O fluxo de caixa serve para diversas finalidades, inclusive para melhorar o gerenciamento dos custos do seu restaurante. O monitoramento de todas as entradas e saídas de dinheiro permite que você acompanhe quanto tem disponível para realizar melhorias e investimentos. Essa ação também possibilita que a gestão identifique pontos que necessitam de cuidados ou podem ser otimizados a fim de gerar economia;
• Estude e pesquise o mercado – O constante estudo sobre as tendências e o desenvolvimento do mercado é primordial para se manter competitivo. Dessa maneira, você consegue entender melhor seu nicho, produtos e serviços, tornando toda a administração mais preparada e competente;
• Tenha um software de gestão – É verdade que é preciso despender de recursos para a aquisição, mas esses sistemas servem para uma melhor administração de todo o negócio, não apenas para a área financeira. Com funcionalidades simples e intuitivas, um bom software possibilita que você controle de perto as vendas, gerencie o estoque, cuide das contas a pagar e receber com facilidade e emita notas fiscais de forma descomplicada;
• Separe as finanças – A separação entre as contas dos sócios e a conta da empresa é fundamental para uma boa gestão financeira. Negligenciar isso, pode levar a alguns impactos negativos como: utilizar o dinheiro de uma frente para pagar contas da outra, falta de identificação da saúde financeira do negócio, perda da visibilidade dos gastos da empresa, falta de planejamento para ambas as partes, dificuldade em compreender as reservas exatas da empresa.
5. Relacionamento e Parceria com Fornecedores: Uma parte importante da gestão financeira é conseguir reduzir os gastos com a compra de insumos, alimentos e materiais. Para alcançar esse objetivo, é imprescindível manter o contato contínuo com seus fornecedores, garantindo assim um bom relacionamento e mais facilidade nas tratativas. O bom relacionamento do seu restaurante com seus parceiros permite que você negocie melhores acordos, feche contratos atrativos e obtenha condições de pagamento interessantes. Essa prática ajuda a reduzir os custos com compras e favorece os lucros.
Fonte: Marketing Nutricional
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